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Jeito de andar do tiranossauro é diferente do que imaginávamos, aponta modelo biomecânico

Pesquisadores construíram modelo 3D do predador ancestral e concluíram que cauda musculosa diminuía sua velocidade de caminhada.

É fato que todos os animais existentes na Terra possuem ritmos diferentes de caminhada. De modo a manter o equilíbrio, seus corpos devem sincronizar  o tempo e a velocidade específica para conseguirem completar um passo. É por isso que, ao andarem, eles mantêm todos seus membros na mesma frequência, em completa ressonância.

Além disso,  cada espécie animal possui necessidades de energia particulares. Isto faz com que cada uma busque se  movimentar de uma maneira que resulte no menos gasto possível de energia.

Por isso, quando se trata de investigar como era o  andar dos Tiranossauros —  um  mais famosos gêneros de dinossauros, tornados célebres por filmes como Jurassic Park — deve-se ter em mente que não podemos simular como teria sido seu caminhar nos baseando nos atuais habitantes do planeta.

O obstáculo é que, diferente dos animais bípedes dos dias de hoje, como humanos e aves, o  corpo do predador não dispunha  apenas de duas pernas para auxiliar no deslocamento. Os T-Rex também carregavam enormes caudas. 

Assim como acontece com os ossos do pescoço humano, as caudas tinham uma estrutura  unificada por ligamentos. “É possível  compará-las a pontes suspensas cheias de músculos“, aponta Pasha van Bijlert, estudante de Ciências do Movimento Humano na Universidade Livre de Amsterdã, que, junto com seus professores Anne Schulp e Knoek van Soest, construiu um modelo 3D de Trix, o nome dado ao espécime de Tyrannosaurus rex que está em exibição no Naturalis, Museu de História Natural da Holanda.

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Os resultados do estudo, que foram publicados  na revista Royal Society Open Science, a cauda à cada passo do tiranossauro balançava para cima e para baixo, seguindo a mesma frequência natural que ressoava pelo resto do corpo.  Para obter  esse efeito na modelagem digital, os cientistas adicionaram digitalmente músculos ao esqueleto e, assim, puderam realizar análises biomecânicas.

“Anteriormente, já haviam sido feitos estudos que investigavam a velocidade desses dinossauros, mas os pesquisadores, em sua maioria, ignoravam a cauda, cuja presença os torna singulares”, disse Van Bijlert. “Eles encontravam velocidades muito mais altas. A que encontramos é menor, mas é similar a de vários outros animais“.

A partir dos testes feitos com o modelo 3D, o grupo pode concluir a frequência natural e que a velocidade a que animal pré-histórico se deslocava era de 4.6 km/h. Então, se os tiranossauros ainda vivessem, você não teria problemas em caminhar lado a lado com um, pelos menos no que diz respeito à velocidade.

 

Publicado em 23/04/2021

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