Reabertura das escolas da Flórida levou a salto das infecções por COVID-19 entre estudantes

Testes de antígenos detectam coroas na superfície do SARS-CoV-2. Créditos: Getty Images
Entre março e abril do ano passado, a maior parte das escolas dos Estados Unidos interrompeu o ensino presencial, e adotou práticas de educação à distância, com o intuito de combater a disseminação da COVID-19. Em agosto e setembro, muitas escolas retomaram as aulas presenciais, enquanto outras optaram por manter o foco no ensino à distância por segurança. Agora, um novo estudo, feito com estudantes do estado norte-americano da Flórida, mostra que nas escolas onde houve retomada do ensino presencial registrou-se um aumento das infecções entre os estudantes. O estudo foi publicado na revista Archives of Disease in Childhood .
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Pesquisadores da Universidade Ben-Gurion de Negev e da Escola de Medicina de Harvard coletaram dados de escolas da Flórida de ensino fundamental, que recebem alunos com idades entre 6 e 13 anos, e de ensino médio, cujos estudantes têm entre 14 e 17 anos. Os dados compreendem o período entre 10 dias antes e 20 depois da retomada das atividades. A Flórida é um dos poucos estados dos EUA que fornecem a incidência de infecções pela idade exata e condado.
A comparação entre os dados dos dois grupos mostrou que houve um expressivo aumento de infecção entre os estudantes cujas escolas retomaram o ensino presencial. No grupo de alunos do ensino médio a diferença chegou a quase 30% a mais. Nas crianças do ensino fundamental, o aumento foi menor: cerca de 20%.
“Nossas análises possuem implicações para países que estão tentando determinar se devem manter as escolas abertas fisicamente enquanto as taxas gerais de infecção aumentam”, diz Oren Miron, que é doutorando na Universidade Ben Gurion e autor da pesquisa. “Inicialmente não se planeja vacinar crianças, então administrar as taxas de infecção através do ensino à distância temporário é de suma importância”.
“O sistema educacional possui um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças”, diz Davidovich. “Portanto, os recursos necessários devem ser investidos no sistema durante esse período difícil que estamos atravessando”.
Publicado em 11/01/2021