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Qual é o “peso” da matéria escura?

Pesquisa muda radicalmente estimativas de massa de partículas misteriosas, e sugere possibilidade de uma força ainda desconhecida influenciando 85% do Cosmo

Essa imagem retirada pelo Telescópio Espacial Hubble indica que um anel gigante de matéria escura provavelmente existe ao redor do centro da CL0024+17, que não possui uma contrapartida de matéria normal. Créditos: NASA, ESA, M. J. Jee e H. Ford et al. (Johns Hopkins Univ.)

O Universo visível, do qual fazem parte os planetas e as estrelas, contabiliza apenas 15% de toda a massa do Universo. Os 85% restantes são compostos de alguma coisa desconhecida, que os astrônomos batizaram de matéria escura. Apesar de décadas de estudos, os cientistas ainda não sabem qual é a partícula que caracteriza a chamada matéria escura, nem qual é a sua massa. Uma nova pesquisa procura estimar qual pode ser essa massa, estipulando um limite máximo e um limite mínimo para esse valor. E  esse intervalo parece ser bem menor do que sugerem estimativas anteriores.

O trabalho de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Sussex, na Inglaterra,  diminui radicalmente o intervalo de possíveis valores para a massa das partículas de matéria escura. Os resultados  serão publicadas na revista Physics Letters B em março.

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Em seu trabalho, a equipe partiu da suposição de que a única força capaz de interferir sobre a matéria escura é a gravidade. Eles estimaram que o valor da massa das partículas de matéria escura pode variar  entre 10-3 eletronvolts (eV) e 107 eV,  um intervalo muito mais “apertado” do que o intervalo entre os limites de 10-24 eV e 1019  GeV, que foi proposto anteriormente. 

O físico Xavier Calmet, da Escola de Ciências Matemáticas e Física na Universidade de Sussex, diz que o elemento original da pesquisa está na utilização das teorias sobre gravidade quântica para tentar calcular o intervalo de massa para a matéria escura. “Ficamos surpresos quando percebemos que ninguém havia feito isso antes , assim como ficaram os cientistas que revisaram nossa pesquisa”, diz.

Ele explica que os resultados implicam que a matéria escura não pode ser nem ‘ultraleve’ nem ‘superpesada’, como alguns já teorizaram,a não ser que exista uma outra força, ainda desconhecida, atuando sobre ela. Desta forma, o estudo tanto pode contribuir para ajudar os pesquisadores que buscam algum tipo de detecção experimental dessas partículas quanto ajudar a revelar  se existe ou não uma nova força desconhecida no Universo. 

 

Publicado em 29/01/2021

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