Próximas missões para Vênus devem descobrir se o planeta já foi habitável
A NASA selecionou duas novas missões para Vênus, o planeta mais próximo da Terra. Parte do Programa Discovery da NASA, elas visam entender como Vênus se tornou um mundo extremo, ao mesmo tempo em que possui tantas outras características semelhantes às nossas, além de possivelmente ter sido a primeira região habitável no sistema solar, contendo um oceano e clima parecido com o terrestre.
Essas imissões são as seleções finais de quatro projetos escolhidos pela NASA em fevereiro de 2020, como parte da competição Discovery 2019 que a agência organizou. A partir de um processo competitivo de revisão por pares, as duas missões foram escolhidas com base em seu valor científico potencial e viabilidade. As equipes responsáveis por cada uma agora trabalharão para finalizar seus requisitos, designs e planos de desenvolvimento.
A NASA está concedendo aproximadamente US $ 500 milhões por missão. Espera-se que o lançamento ocorra entre os anos de 2028 e 2030.
As missões selecionadas para visitar Vênus são:
DAVINCI+ (Busca em atmosfera profunda de Vênus por gases nobres, elementos químicos e imagens)
A DAVINCI + medirá a composição da atmosfera de Vênus. Seu objetivo é entender como ela se formou e evoluiu, bem como determinar se o planeta já teve um oceano. Ela consiste em uma esfera descendente que mergulhará na espessa atmosfera do planeta, fazendo medições precisas de gases nobres e outros elementos para entender o motivo da atmosfera de Vênus ser uma estufa descontrolada. em comparação com a da Terra.
Além disso, a DAVINCI+ entregará as primeiras imagens de alta resolução das características geológicas únicas de Vênus. As chamadas “tesselas” talvez sejam comparáveis com comparáveis aos continentes terrestres, sugerindo que Vênus tem placas tectônicas. Esta seria a primeira missão liderada pelos EUA à atmosfera de Vênus desde 1978. Além disso, os resultados do DAVINCI + poderiam remodelar nossa compreensão da formação de planetas em nosso sistema solar. James Garvin, do Goddard Space Flight Center, em Maryland, é o principal pesquisador e gerente do projeto da missão para Vênus.
VERITAS (Emissividade de Vênus, Radio Science, InSAR, Topografia e Espectroscopia)
A VERITAS mapeará a superfície de Vênus para determinar a história geológica do planeta e entender por que ele se desenvolveu de forma tão diferente da Terra. Orbitando Vênus com um radar de abertura sintética, a missão irá mapear as elevações da superfície de quase todo o planeta para criar reconstruções 3D da topografia e confirmar se as placas tectônicas e vulcanismo ainda estão ativos em Vênus.
A VERITAS também deve mapear emissões infravermelhas da superfície do planeta, de modo a analisar o seu tipo de rocha, que é amplamente desconhecido, e determinar se vulcões ativos estão liberando vapor de água na atmosfera. Suzanne Smrekar, do Jet Propulsion Laboratory, é a pesquisadora principal. Já o projetos será gerenciado pelo JPL. O Centro Aeroespacial Alemão fornecerá o mapeador infravermelho, enquanto a Agência Espacial Italiana e o Centre National d’Etudes Spatiales da França contribuirão na construção do radar e em outras partes da missão.
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“Estamos acelerando nosso programa de ciência planetária com a exploração intensa de um mundo que a NASA não visita há mais de 30 anos”, disse Thomas Zurbuchen, da NASA. “Usando tecnologias de ponta desenvolvidas e aprimoradas durante muitos anos, estamos inaugurando uma nova década de missões para Vênus, a fim de entender como um planeta semelhante à Terra pode se tornar uma estufa. Nossos objetivos não são superficiais. Não é apenas compreender a evolução dos planetas e a habitabilidade em nosso próprio sistema solar, mas ampliar essas fronteiras para exoplanetas, uma área empolgante de pesquisa para a NASA. ”
Zurbuchen acrescentou que espera alianças poderosas entre os programas científicos da NASA, incluindo o Telescópio Espacial James Webb. Ele antecipa que os dados dessas missões serão usados da melhor maneira possível pela comunidade científica.
“É espantoso o quão pouco sabemos sobre Vênus. Porém os resultados dessas missões nos informarão tudo sobre o planeta, desde as nuvens em seu céu, passando pelos vulcões em sua superfície até seu próprio núcleo”, disse Tom Wagner, cientista do Programa Discovery. “Será como se tivéssemos redescoberto Vênus.”
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Além das duas missões, a NASA também selecionou um par de tecnologias para acompanha-las. A VERITAS hospedará o Deep Space Atomic Clock-2, construído pelo JPL e financiado pelo Space Technology Mission Directorate da NASA. O seu sinal de relógio ultrapreciso ajudará na realização manobras de espaçonaves autônomas e deverá aprimorar as observações científicas.
Já a DAVINCI+ hospedará o Compact Ultraviolet to Visible Imaging Spectrometer (CUVIS), construído por Goddard e que fará medições de alta resolução de luz ultravioleta. Essas observações serão usadas para determinar a natureza de um absorvedor desconhecido de luz ultravioleta existente na atmosfera de Vênus. Ele absorve até metade da energia solar que chega no planeta.
Para obter mais informações sobre a ciência planetária da NASA, visite:
https://www.nasa.gov/solarsystem