Múmias de babuínos do Antigo Egito revelam possível localização de reino lendário
O deus egípcio Thoth, patrono da ciências e do conhecimento, é comumente representado com a cabeça de um babuíno. Os antigos egípcios veneravam diversos animais em sua mitologia e arte, mas, dentre esses, apenas o babuíno não era nativo da região.
E não era qualquer espécie: apenas os Papio hamadryas, babuínos-sagrados, eram celebrados. Além disso, as evidências arqueológicas indicam que eles tratavam os animais com muito apreço — provavelmente um símbolo de status para os mais ricos. Quando morriam, seus corpos eram mumificados da mesma forma que os de humanos.
Como os animais não viviam no local, os egípcios gastavam tempo e recursos valiosos para obtê-los. Assim, surgem dois mistérios ao redor desses animais: de onde eles eram trazidos e por que eram venerados?
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O primatologista Nathaniel Dominy se debruçou sobre essas questões e criou hipóteses intrigantes para as perguntas. Quando à primeira, um rastreamento dos isótopos de estrôncio presentes nos dentes dos animais indicou por onde viajaram durante sua vida: e pode ter revelado também a localização do reino lendário de Punt, local que os egípcios visitavam em busca de itens luxuosos e, é claro, de seus animais importados preferidos.
Já a segunda pergunta é mais difícil de responder. Em uma nova teoria, a equipe de Dominy fez uma ponte entre primatologia e arqueologia, e associou a veneração com um comportamento biológico único da espécie dos babuínos-sagrados.
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Publicado 01/12/2021.