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Novo estudo sobre origem de Júpiter e Saturno ajuda a explicar estranha configuração do Sistema Solar

Pesquisadores sugerem também que, no passado, um planeta gigante foi ejetado para o espaço

Novo estudo  revela as prováveis localizações originais de Saturno e Júpiter. Créditos: Imagem de Saturno é cortesia da NASA/JPL-Caltech/Instituto de Ciência Espacial.


Uma nova pesquisa pode ter identificado as regiões do Sistema Solar onde  Júpiter e Saturno se formaram originalmente. O estudo também sugere que teria ocorrido a ejeção de um planeta que existiria entre Saturno e Urano, o que garantiu que apenas planetas pequenos e rochosos, do perfil da  Terra, se formassem na região mais interna do sistema. 

Durante o período de formação do Sistema Solar, o Sol estava cercado por um disco de gás e poeira que girava ao seu redor, do qual se formaram os planetas. Acreditava-se que, inicialmente, as órbitas dos planetas recém-formados eram mais próximas, e de formato mais circular. Porém, as interações gravitacionais entre os planetas maiores perturbaram essa configuração. O resultado foi uma alteração na posição dos planetas gigantes, então recém-formados, o que resultou na configuração do Sistema Solar que conhecemos hoje.  

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“Sabemos que existem milhares de sistemas planetários somente em nossa Via Láctea”, disse  Matt Clement, pesquisador do Instituto Carnegie para Ciências e líder do estudo. “Porém a configuração que vemos nos Sistema Solar é muito incomum. Por isso, utilizamos modelos para fazer a engenharia reversa e replicar como teria sido o processo de formação. É como como tentar entender o que aconteceu em um acidente de carro após o ocorrido”, explica. 

Clement e seus colegas empreenderam  6 mil simulações da evolução de nosso Sistema Solar, procurando compreender  detalhes pouco compreendidos sobre as antigas interações ocorridas entre  Júpiter e Saturno. 

Acreditava-se que, durante a “infância” do Sistema Solar, para cada três voltas ao redor do Sol dadas por Júpiter, Saturno completava duas.  Mas esse arranjo não consegue explicar, de maneira satisfatória, a configuração dos planetas gigantes que nós vemos hoje. Os modelos da equipe mostraram que adotar uma taxa de duas órbitas de Júpiter para cada órbita de Saturno  leva a resultados mais próximos com o que vemos hoje. 

“Esse resultado indica que, embora o Sistema Solar seja um pouco esquisito hoje, nem sempre foi assim”, explica Clement, que apresentou o trabalho da equipe na reunião virtual da Divisão para Ciências Planetárias da Sociedade Astronomica Americana no dia 29 de outubro. “Além disso, agora que estabelecemos a efetividade desse modelo, nós podemos utilizá-lo para nos ajudar a entender a formação de planetas rochosos, incluindo a Terra. E isso pode nos dar mais informações para buscarmos por outros sistemas com potencial de hospedar vida.” 

O modelo também mostrou que as posições de Urano e Netuno foram influenciadas pela massa total dos objetos que estão no cinturão de Kuiper, que é uma conjunto de planetas anões e planetóides que fica nas  fronteiras do Sistema Solar, e por um planeta gigante gelado, que foi ejetado ainda durante a infância do Sistema Solar. 

 

Publicado em 04/11/2020

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