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Mulheres grávidas com casos graves de COVID-19 têm risco maior de parto prematuro

A boa notícia é que os casos fracos de COVID-19 não parecem afetar a saúde das grávidas e de seus bebês

Crédito: Envato elements

Mulheres grávidas que apresentam quadros graves ou críticos de  COVID-19 enfrentam maiores riscos à saúde tanto antes como depois do parto. E seus fetos também apresentam uma chance maior de desenvolverem problemas de saúde. É o que sugere um estudo publicado na revista American Journal of Obstetrics and Gynecology.

Ao mesmo tempo, a pesquisa também descobriu que as mulheres grávidas que sofrem de casos fracos de COVID-19 parecem não diferir muito, em termos de consequências para a gravidez, das grávidas que sequer foram infectadas com a doença. 

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Sabe-se que  mulheres são suscetíveis a algumas infecções virais respiratórias durante a gravidez. O desafio, porém, é entender quais podem ser as consequências específicas no caso de contaminação pelo novo coronavírus. O estudo conseguiu parear grávidas com e sem quadros de COVID-19, a fim de poder fazer um monitoramento melhor dos possíveis efeitos.

No total, foram monitoradas 183 mulheres grávidas, que tiveram seus filhos entre a 16ª e a 41ª semanas de gestação, no período entre março e junho de 2020. Destas, 61 tiveram diagnóstico de COVID-19 e 122 não foram infectadas. Entre os casos positivos, 54 focam considerados como fracos, seis foram classificados como graves e um era crítico. 

Segundo os dados, as mulheres negras e hispânicas, obesas, com mais de 35 anos de idade ou que apresentavam problemas de saúde como diabetes e pressão sanguínea alta tinham risco maior de sofrer de um quadro  grave ou crítico de COVID-19. Nesses casos, as mulheres apresentavam um risco maior de parto prematuro, pré-eclâmpsia, necessidade de suplementação de oxigênio ou de ventilação mecânica e estadias mais longas no hospital. 

Os riscos neonatais observados estavam na maior parte associados a nascimentos prematuros, e incluíram  angústia respiratória, hemorragia no cérebro, inflamação no intestino, baixo índice de Apgar,   frequência cardíaca anormal no feto (apesar de intervenções para aumentar a quantidade de oxigênio e o fluxo sanguíneo para a placenta) e um maior número de  admissões nas UTIs neonatais. 

Mais de 60% das mulheres que apresentavam  casos fracos da COVID-19 eram assintomáticas, e as demais tiveram tosse, febre e dores musculares. Em todas as mulheres com quadro grave ou crítico da doença foi necessário a administração  do suplemento de oxigênio, e algumas receberam outras intervenções como hidroxicloroquina nos estágios iniciais, e esteroides, na etapa final do estudo. 

 

Publicado em 09/10/2020