Fóssil encontrado no Brasil aponta para a origem do misterioso réptil Tanystropheus
Reprodução do Elessaurus gondwanoccidens, na Formação Sanga do Crabal, (fim do triássico), Brasil. Crédito: Márcio L. Castro
Uma espécie recém-descoberta de réptil que viveu durante o período Triássico no Brasil é um primo próximo de um grupo misterioso chamado tanystropheus. É o que diz um estudo publicado na revista científica PLOS ONE, de autoria de Tiane de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Maria, e colegas.
Após a extinção em massa que ocorreu durante o período Permiano, 250 milhões de anos atrás, os répteis dominaram os ecossistemas ao redor do mundo. Dentre os primeiros grupos a aparecer após a extinção estavam os tanystropheus. Estes animais de pescoço longo possuíam um estilo de vida sobre o qual ainda sabemos pouco, mas foram muito bem sucedidos durante o período Triássico. Entretanto, devido à escassez de fósseis conhecidos que datam do início do período, ainda sabemos pouco sobre como se deu a evolução desses animais.
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No artigo, Oliveira e seus colegas descrevem uma nova espécie de réptil encontrada em rochas da Formação Sanga do Cabral, no sul do Brasil, que remontam ao início do Triássico. A partir da comparação dos restos de suas pernas posteriores, pélvis e rabo, a análise do esqueleto indicou que a espécie é o parente mais próximo conhecido dos tanystropheus. Os pesquisadores atribuíram esses fósseis a uma nova espécie, que nomearam Elessaurus gondwanoccidens. O nome deriva em parte de Elessar, nome élfico de um personagem de Senhor dos Anéis também conhecido como Aragorn, ou Passolargo, e foi escolhido como referência às longas pernas que o animal possuía.
A maioria dos fósseis de tanystropheus foram encontrados em rochas que datam da metade para o fim do período Triássico na Europa, Ásia e América do Norte, e alguns estavam em sedimentos marinhos. A presença do Elessaurus em depósitos continentais do início do Triássico na América do Sul sugere que a origem desse grupo pode ter se dado em continentes do Sul, e que seus ancestrais talvez tivessem vivido em terra antes de futuras espécies se adaptarem a vida aquática. Uma perspectiva mais clara quanto à origem do grupo vai depender da descoberta de mais fósseis que remontem a este período inicial de sua evolução.
PLOS One
Publicado em 13/04/2020