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Sonda Hayabusa 2 retorna à Terra amostras de asteroide

Amostras desceram de paraquedas no deserto da Austrália, enquanto sonda segue caminho para outro destino
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Imagem da cápsula contendo as amostras e seu paraquedas que fez com que ela chegasse a superfície da Terra com segurança. Créditos: JAXA/EPA

Neste domingo,  a Espaçonave Hayabusa 2 devolveu à Terra uma cápsula contendo amostras do asteróide Ryugu. A espaçonave havia partido em direção ao asteroide em 2014, com o objetivo de coletar amostras e tirar fotos da rocha espacial a partir de órbita. Agora, a missão continua sua jornada  rumo a outro asteroide, o 1998KY26. 

O compartimento que continha as amostras não possui propulsores próprios, e por isso fez a descida em direção a Terra protegido por um paraquedas. As amostras pousaram em um deserto no Sul da Austrália, e foram recuperadas por uma equipe australiana. Nesse momento, as amostras estão sento transportadas para o Japão. A Agência Espacial Japonesa, JAXA, relatou no Twitter o encontro da cápsula no dia 5 de dezembro, as 17 horas, segundo o horário oficial de Brasília. A conta oficial da agência disse na rede social: “Encontramos a cápsula! Junto com o paraquedas”. 

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A Hayabusa-2 passou mais de um ano observando o asteroide Ryuga. Durante esse período, os cientistas obtiveram  diversas fotografias da rocha espacial, além de enviarem três rovers para sua superífice.  

Mas, o principal objetivo da espaçonave era coletar amostras. Na primeira tentativa, os cientistas realizaram um pequeno furo na superfície do asteroide, de onde retiraram algumas amostras. Contudo, na segunda tentativa, os cientistas bombearam a superfície  e criaram  uma cratera com mais de 10 metros de diâmetro, para obter fragmentos de uma profundidade maior.  

Segundo o Diretor Geral do Instituto de Ciência Espacial e Astronáutica do Japão, Hitoshi Kuninaka, a equipe da Hayabusa-2 realizou todos os procedimentos seguindo o calendário estipulado, e conseguiu retornar a amostra como planejado.  A equipe agora pode seguir para o próximo estágio de exploração. 

A Hayabusa-2 despachou o paraquedas na atmosfera terrestre e, no momento exato,  acionou seus propulsores novamente para voar em direção ao asteroide 1998 KY26. Com combustível suficiente, a previsão é que ela chegue até lá  no ano de 2031.

A cápsula foi colocada em um compartimento protetor para uma instalação para observações rápidas. Créditos: JAXA/EPA

O asteroide Ryugu

 Segundo estimativas de especialistas, metade do volume do  Ryugu é na verdade espaço vazio. O asteroide é tão poroso que seria quase impossível que algum pedaço seu chegasse na superfície da Terra sem ser vaporizado na reentrada na nossa  atmosfera. Por isso, a missão de retorno das amostras  tem uma relevância ainda maior, permitindo que os cientistas possam conhecer melhor esse e outros asteroides com  as mesmas características. 

Além disso, asteroides como o Ryugu se formaram há muito tempo atrás, quando os planetas ainda não possuíam o tamanho que têm hoje. Portanto, ter uma amostra tão antiga  é importante para conhecermos mais sobre o processo que levou a formação dos planetas. 

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Devido a utilização de explosivos durante o lançamento do paraquedas, a equipe de recuperação utilizou roupas de segurança em caso de explosivos que não foram detonados no momento certo. Créditos: JAXA/EPA

Próximos passos

Entre as próximas missões da JAXA para a exploração espacial está a missão MMX, que buscará imagens em 8K das luas Fobos e Deimos. Essa nova empreitada está programada para começar em 2024, e pretende produzir suas imagens por meio de uma Super Hi-Vision Camera, desenvolvida em parceria com a Japan Broadcasting Corporation (NHK). 

Além do Japão, a Nasa espera também sua missão retornando com amostras de outro asteróide: a OSIRIS-REx, lançada em 8 de setembro de 2016, está retornando a Terra com amostras de Bennu, asteroide descoberto em 11 de setembro de 1999. 

Pedro Gabriel Castardo

Publicado em 07/12/2020

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