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Água sumiu de Marte aos poucos

Jipe robô Curiosity mostra que planeta alternou entre períodos de seca e umidade antes de se tornar completamente frio e ressequido.
Foto de Marte tirada pelo rover Curiosity

Vista do Planeta Vermelho capturada pelo rover Curiosity, da Nasa. Crédito: NASA, JPL-Caltech, MSSS

 

Enquanto a humanidade tinha como foco o início das atividades do jipe robô Perserverance em Marte, seu predecessor, o rover Curiosity, continua a explorar a superfície do planeta vermelho e a fazer novas descobertas. Segundo uma pesquisa publicada na Geology, a mais recente delas é sobre o clima marciano, que há aproximadamente 3 bilhões sofria com um alternância entre condições úmidas e secas.

“O principal objetivo da missão é estudar a transição entre as condições climáticas do passado e o atual clima seco e frio de Marte. As camadas de rocha que encontramos registraram essas mudanças detalhadamente”, disse Roger Wiens. Co-autor do estudo, ele também é membro da equipe do instrumento  ChemCam. Esse instrumento, situado no mastro do robô Curiosity, combina câmera, espectrógrafo e laser vaporizador de rochas,  e é capaz de analisar a composição da superfície marciana.

ChemCham usa um feixe de laser infravermelho para aquecer os fragmentos de rocha até uma temperatura de 10 mil graus Celsius, vaporizando-os. Dessa maneira, o plasma produzido por esse processo permite que os cientistas analisem a composição química e mineral das rochas, obtendo, assim, informações importantes sobre a história geológica de Marte.

Os indícios da alternância entre condições secas e úmidas

Anteriormente, sondas em órbita do planeta vermelho já haviam fornecido indícios sobre a composição mineral do Monte Sharp, onde está o Curiosity. Também conhecido como Aeolis Mons, é uma montanha com mais de 5 km de altura localizada no centro da cratera Gale. Agora, a ChemCam, através de sua câmera com alcance de longa distância, pode observar mais detalhadamente as estruturas sedimentares do planeta.

Nos depósitos de argila na base do Monte Sharp foram encontradas estruturas largas, altas e estratificadas. Isso é sinal  da migração de dunas que foram formadas por ventos durante longos períodos secos. Mais acima, finas estruturas que alternam entre composições mais frágeis e mais resistentes, indicam a ocorrência de planícies de inundação, indicando o retorno de condições mais úmidas.

O clima de Marte, portanto, deve ter passado por numerosas mudanças entre circunstâncias de natureza seca e ambientes propícios para a formação rios e lagos. Até que a conjuntura árida observada atualmente tomou conta do planeta cerca de 3 bilhões anos atrás, 

As próximas tarefas da  missão Curiosity incluem  escalar o Monte Sharp e perfurar suas várias camadas sedimentares. Isso deverá oferecer mais detalhes sobre a evolução do clima marciano, ajudando a entender a origem da alternância entre condições úmidas e secas.

Publicado em 12/04/2021

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